5G viabiliza evolução de setores que demandam alta disponibilidade e confiabilidade de IOT, diz estudo da parceria TGT ISG
Nova geração de redes móveis é um dos principais fatores que impulsionam o desenvolvimento e a adoção de soluções de IoT, aponta estudo ISG Provider Lens™ Internet of Things – Services and Solutions 2023
A chegada do 5G teve um impacto significativo no mercado de serviços em IoT ao longo do último ano, uma vez que a baixa latência oferecida pelo 5G abriu portas para uma série de novos casos de uso que antes eram limitados pelas redes 4G. Setores que demandam alta disponibilidade e confiabilidade, como telemedicina, veículos autônomos e automação industrial, agora se tornaram mais viáveis graças à capacidade do 5G de suportar a transmissão instantânea de dados.
Segundo David de Paulo Pereira, distinguished analyst da TGT ISG e autor do novo estudo ISG Provider Lens™ Internet of Things – Services and Solutions 2023, a nova geração de redes móveis é um dos principais fatores que impulsionam o desenvolvimento e a adoção de soluções de IoT. “O 5G oferece maior velocidade, capacidade, confiabilidade e segurança para a transmissão de dados. O 5G também possibilita a criação de redes privadas para ambientes industriais, comerciais e residenciais, que podem ser customizadas de acordo com as necessidades de cada cliente”.
O estudo traz um panorama sobre o cenário dos fornecedores de serviços em IoT no Brasil, analisando portfólio de serviços, oportunidades de mercado e tendências. Dados do IoT Analytics indicam que a previsão é que até 2027 existam em média 29 bilhões de dispositivos conectados. De acordo com David, o agronegócio, por exemplo, permanece como um mercado enorme a ser atendido pelos fornecedores de serviços em IoT, uma vez que a tecnologia pode ajudar na irrigação de precisão ao permitir que os agricultores monitorem as condições da lavoura remotamente e administrem melhor os recursos naturais.
“Os fornecedores que investirem em soluções criativas para este setor têm grandes chances de obter sucesso”, explica o autor. “Sensores conectados à Internet têm a capacidade de enviar dados em tempo real para um sistema centralizado, o qual pode ser acessado por meio de um aplicativo móvel ou de desktop. Dessa maneira, os agricultores podem acompanhar a umidade do solo, a temperatura e outros fatores essenciais em tempo real, ajustando assim a quantidade de água fornecida às plantas com base nessas informações. Isso contribui para a preservação da água, a redução de despesas e a melhoria da qualidade das colheitas”.
O estudo indica que a combinação de inteligência artificial e IoT pode diminuir a complexidade e a demanda por capacidade de processamento. Com o auxílio da IA, os dispositivos IoT podem tomar decisões em tempo real com mínima intervenção humana, possibilitando que as empresas ampliem a eficiência operacional, administrem riscos e embasem decisões de negócios em informações precisas. “A IA tem sido usada para otimizar o consumo de energia, a segurança, a manutenção e a gestão dos dispositivos IoT, além de habilitar novas funcionalidades, como reconhecimento facial, voz e imagem”.
A edge computing, de acordo com o relatório, impulsiona o crescimento do setor de IoT ao oferecer uma arquitetura que enfrenta esses desafios e proporciona vantagens como custos reduzidos, menor consumo de energia e alta eficiência. Com a expansão dos casos de uso e uma maior adoção de IA e IoT em diversos segmentos do mercado, a edge computing intensifica ainda mais essas aplicações e impulsiona o setor de IoT como um todo. Como resultado, diversos fornecedores de serviços e empresas estão capitalizando essa tendência para oferecer soluções inovadoras e competitivas.
No entanto, os desafios significativos também se apresentam para os fornecedores de serviços em IoT, sendo a segurança de dados e dos dispositivos interligados uma das principais, dada o aumento dos ataques cibernéticos. “Aprimorar a infraestrutura visando sustentar e gerenciar um amplo fluxo de dados e conexões simultâneas coloca um desafio técnico diante de nós. Integrar e possibilitar a troca de informações entre dispositivos e plataformas originárias de diferentes fabricantes pode revelar-se complexo em virtude da ausência de padronização”, explica o especialista. “Além disso, garantir uma conectividade confiável para diversos tipos de dispositivos IoT, os quais podem estar localizados em áreas remotas ou em movimento, também é um aspecto crucial. Nesse contexto, a tecnologia 5G pode desempenhar um papel fundamental”.
Outro desafio é o aumento da demanda por soluções sustentáveis e descarbonização. Empresas globais estão priorizando iniciativas ambientais, sociais e de governança (ESG) para obter benefícios, incluindo economia de custos, maior eficiência e maior valor para os acionistas. A IoT é vista como um facilitador essencial para alcançar as metas de ESG e está impulsionando a demanda por soluções de IoT que incorporam ferramentas sustentáveis. “Essas ferramentas podem monitorar com facilidade diferentes parâmetros definidos, contribuindo para a redução do desperdício de energia e das emissões de carbono. Os fornecedores de serviços estão implementando ferramentas de ESG de acordo com os requisitos dos consumidores, com alguns oferecendo soluções pré-configuradas de IoT que incluem ferramentas de ESG”, finaliza o autor.
O relatório ISG Provider Lens™ Internet of Things – Services and Solutions 2023 para o Brasil avalia as capacidades de 28 fornecedores em quatro quadrantes: Strategic Consulting, Implementation and Integration, Managed Services and Data Management e AI on the Edge.
O relatório nomeia Accenture, Embratel, Siemens e Telefonica Tech como Líderes em todos os quatro quadrantes, enquanto a IBM é apontada como Líder em três quadrantes. Algar Telecom, Deloitte, Logicalis e TIM são apontadas como Líderes em dois quadrantes cada, enquanto Kyndryl é apontada como Líder em um quadrante.
Além disso, a Logicalis é nomeada como Rising Star — uma empresa com um “portfólio promissor” e “alto potencial futuro” pela definição do ISG — em dois quadrantes, enquanto a Capgemini e a EY são nomeadas como Rising Stars em um quadrante cada.