Cultura de aprendizado e inovação: a importância do Desenvolvedor Júnior na área de tecnologia em uma empresa
Mercado tecnológico deve gerar quase 800 mil vagas de emprego até 2025 no país
*Por Danilo Deus Dará
O segmento de tecnologia é um dos que mais se desenvolve no mundo, e por isso, surgem constantemente diversas vagas de emprego. De acordo com um levantamento recente da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o mercado tecnológico vai gerar no Brasil 797 mil vagas de emprego até 2025. O cenário é atrativo para muitos profissionais, inclusive os jovens; no entanto, nem sempre as empresas abrem vagas com foco nesse público que tem bastante sede por aprendizado.
Os desenvolvedores, por exemplo, costumam ser divididos ao longo da carreira em três categorias: Júnior, Pleno e Sênior. A segmentação é feita de acordo com a experiência de cada profissional na área de tecnologia, somando conhecimentos técnicos e tempo de atuação. E por ser iniciante na área, o Desenvolvedor Júnior frequentemente acaba preterido quando muitas empresas abrem um processo seletivo. Porém, esse perfil de profissional guarda uma série de características e vantagens que podem ser bem interessantes para as empresas.
Um Desenvolvedor Júnior costuma ter experiência necessária para executar funções consideradas básicas dentro do universo da programação, já que precisa do suporte dos companheiros de trabalho para realizar determinadas tarefas mais avançadas. Mas apesar da inexperiência de modo geral, o Desenvolvedor Júnior é uma figura relevante para encontrar soluções para problemas pequenos, bem como é capaz de auxiliar os profissionais mais experientes em tarefas menos complexas. Mais do que isso: o Desenvolvedor Júnior pode fazer parte de uma cultura de aprendizado contínua dentro da empresa. Ou seja, ao investir nesse profissional, a companhia consegue promover um ambiente de aprendizado constante, beneficiando o indivíduo e, claro, também toda a equipe. O Desenvolvedor Júnior também costuma ser mais receptivo às necessidades da empresa, afinal, por não ter tantas experiências prévias, ele não carrega consigo hábitos que podem ser dificultadores de ambientação no espaço de trabalho.
Soma-se às vantagens citadas anteriormente a capacidade que esses profissionais têm de estar em contato com o que há de mais atual nas tendências tecnológicas, ajudando a empresa a se manter atualizada e competitiva o tempo todo. Em outras palavras, um Desenvolvedor Júnior possivelmente estará mais antenado a inovações específicas do que outros profissionais mais experientes. O Desenvolvedor Júnior também é mais flexível, já que não costuma estar apegado a determinados hábitos de trabalho, além de seu próprio momento de vida em busca de novos aprendizados permitir uma curiosidade constante por evolução. Esses profissionais também são contratados com maior facilidade, uma vez que o segmento de tecnologia tem uma demanda maior por desenvolvedores experientes. Dessa forma, torna-se mais fácil encontrar e negociar a contratação de um profissional nessa faixa de idade.
Existem, evidentemente, desvantagens na contratação de um Desenvolvedor Júnior, afinal, esse perfil não atende a todas as expectativas que muitas companhias buscam, especialmente para tarefas mais avançadas. Entretanto, é crucial que as empresas reflitam sobre o investimento estratégico que é ter um profissional capaz de se adaptar com rapidez e de contribuir com inovações constantemente. Além disso, ao investir em um Desenvolvedor Júnior, a empresa tem a oportunidade de fortalecer o segmento de tecnologia como um todo ao promover mais diversidade e viabilizar um desenvolvimento mais sustentável a médio e a longo prazo.
Sobre Danilo Deus Dará
Formado em Sistemas de Informação pela UNINOVE, Danilo Deus Dará atualmente é sócio e CTO da allu, a maior empresa de assinatura de iPhones da América Latina. Antes, foi Tech Manager na CVC Corp e Head of Digital Transformation & Innovation na Multilaser.