Gestão Populacional por Risco: Reduzindo a Sinistralidade em Planos de Saúde Individuais com Exercícios Físicos em Meio a Desafios Regulatórios
A sinistralidade em planos de saúde individuais continua a ser um desafio significativo para as operadoras do setor, como evidenciado pelas dificuldades financeiras enfrentadas, relacionadas, principalmente, à sinistralidade e pressão regulatória das carteiras individuais. Ao mesmo tempo que este é o grande problema, já tem plano de saúde deslanchando com mais de 3000 novas vidas/mês, fazendo do limão, uma limonada. Mas como é possível?
Diante do cenário desafiador, a gestão populacional por risco e protocolos de cuidado baseado em exercícios e grupos, emerge como estratégia validada para enfrentar a sinistralidade dos planos individuais, o dito gol de placa no jogo perdido, para transformar a realidade dos planos individuais em oportunidade de mercado.
Ao identificar e engajar os segurados de maior risco, ou mesmo permitir a entrada deles como oportunidade de receita e risco controlado, as operadoras podem oferecer intervenções personalizadas, como programas de exercícios físicos em grupo, para prevenir complicações de saúde e reduzir os custos do tratamento crônico a longo prazo. O desafio está em fazer a mágica acontecer, depende de escala, de visão, de eficiência operacional e de qualificação profissional, principalmente de gestão. Num mercado esgotado como o atual mercado de saúde brasileiro, como reunir todos esses ingredientes?
Um caso notável que ilustra os benefícios da operação populacional por risco é a parceria entre a empresa de tecnologia de saúde TechBalance e a operadora de saúde Unimed Sul Paulista. Por meio do uso inteligente da tecnologia e da implementação de programas de exercícios físicos personalizados e em grupo,a parceria com os profissionais engajados da Unimed Sul Paulista, conseguiu reduzir significativamente os custos médicos com associados participantes de uma prova de conceito que mediu custo per cápita dos associados, antes e depois do Programa, durante 6 meses. A iniciativa deu certo e garantiu um retorno do investimento para o Programa, de 2,1 X.
Segunda a Diretora de Cuidado Coordenado da Unimed Sul Paulista, Andreia Boni “O destaque dessa parceria está no funcionamento da tecnologia utilizada e na ação coordenada com os profissionais de saúde, que aproveitam da escala alcançada com a prescrição automática do tratamento, para trabalhar a estratégia de cuidado de grupo, com menor custo operacional e impacto significativo em lesões e cirurgias evitadas”. Por meio de algoritmos avançados e análise de dados em tempo real, a plataforma identifica as necessidades específicas de cada indivíduo e recomenda intervenções sob medida, agrupando os indivíduos por risco, incluindo exercícios físicos e estratégias de educação em saúde nutricional e emocional.
Segundo a CEO da startup TechBalance, finalista na categoria e-health de Tecnologias para Impacto Social Mapfre 2024, “O mais importante é satisfação das pessoas, elas estão felizes em se sentirem cuidadas e deixaram de ser o fardo financeiro dos planos individuais, passando a ser oportunidade de receita com sinistralidade controlada; o que interessa para o negócio”.
Esses resultados positivos aparecem no cenário de saúde nacional, com todos desafios financeiros e regulatórios, como fagullhas de esperança renovada no potencial das abordagens inovadoras e baseadas em tecnologia, finalmente apresentando resultados potenciais para transformar a saúde e o bem-estar dos segurados, ao mesmo tempo em que buscam a viabilidade financeira sustentável a longo prazo para os planos de saúde.