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IA vai abrir as portas para hackers?

IA vai abrir as portas para hackers?

Por Beatriz Domingues

Já está mais do que claro que, para alavancar os negócios nos próximos meses e anos, investir na Inteligência Artificial é primordial. Mas, e quanto aqueles que ainda não começaram esse processo? Definitivamente, em pouco tempo, estarão em desvantagem no mercado. Embora a popularidade da IA venha ganhando força à medida que novas ferramentas vêm surgindo, é preciso ter cautela para que os benefícios que essa tecnologia oferece não camuflem a emergência de cibersegurança que estamos prestes a passar.

Não é novidade nenhuma que a Inteligência Artificial está em tudo, seja em aplicativos utilizados no nosso dia a dia e, até mesmo, nas mais diversas soluções e integrações aplicadas em organizações. Como prova disso, de acordo com Análise do Comportamento de Consumo, um estudo feito trimestralmente pelo Itaú Unibanco, nos três primeiros meses deste ano, os gastos dos brasileiros com ferramentas pagas de IA aumentaram 196%, na comparação com o mesmo período de 2022.

Certamente, o grande foco da vez está no ChatGPT. Sim, a ferramenta criada pela OpenAI causou uma verdadeira turbulência na área de TI. Afinal, para muitos, foi considerada a vivência na prática da IA, já que a tecnologia fornece resultados por meio de instruções textuais. Entretanto, ao mesmo tempo em que há o entusiasmo, é necessário ter cautela acerca dos riscos que o uso inapropriado devido à falta de conhecimento de determinados recursos pode ocasionar para as organizações.

Isso é, de acordo com uma pesquisa feita pela Cyberhaven, foi descoberto que 11% das informações que os colaboradores passam para o ChatGPT é confidencial. E, tendo em vista o atual cenário de ataques cibernéticos que presenciamos diariamente, todo cuidado é pouco.

É fato que quando falamos sobre a IA, todos já conhecem e apontam, principalmente, para as suas vantagens, e reconhecem a importância de saber utilizá-la. Porém, é preciso se atentar também para as consequências negativas que o seu mal uso pode impactar diretamente na sobrevivência das organizações. Sendo assim, listo aqui três aspectos que merecem atenção mediante aos avanços da Inteligência Artificial no meio empresarial:

#1Segurança da informação: tem sido um movimento natural nas organizações incorporar o uso da IA em navegadores, caixa de entrada de e-mails e sistemas de gerenciamento de documentos. Essa autonomia dada para que essa tecnologia haja como uma assistente virtual e seja compartilhada informações pessoais e empresariais, gera novos riscos de segurança cibernética e amplia as ações dos tradicionais hackers.

#2 Exposição de dados confidenciais corporativos: em busca de tornar as atividades corporativas mais eficientes, os colaboradores podem acabar enviando dados e informações confidenciais e estratégicas da empresa. Como prova disso, o levantamento da Cyberhaven ainda apontou que 4% dos usuários já passaram informações sensíveis pelo menos uma vez – o que deixa a empresa ainda mais exposta a eventuais ataques.

#3 Uso indevido e malicioso: ao mesmo tempo que as organizações estão investindo em IA para potencializar suas operações, há outras entidades que a utilizam para fins maliciosos e criminosos, como ataques cibernéticos, disseminação de desinformação, geração de deepfakes e criação de bots para automatizar atividades ilícitas. E, uma vez que a empresa seja prejudicada por algum destes fatores, sua reputação e o nível de confiança dos usuários em seus serviços pode ser afetada.

Certamente, o intuito principal da IA é garantir maior agilidade e efetividade no dia a dia das pessoas, porém, uma vez que o recurso está sendo utilizado para fins ilícitos, é fundamental que as organizações busquem cada vez mais tomar medidas protetivas para evitar possíveis ciberataques.

Ou seja, é primordial que as empresas estabeleçam procedimentos adequados acerca de como os dados são coletados, utilizados e descartados, a fim de garantir maior proteção. Nessa jornada, utilizar softwares de proteção de endpoint contra vírus malware e mantê-los atualizados em conjunto com sistemas operacionais, eliminam possíveis vulnerabilidades, dificultando, assim, brechas para ataques hackers.

Além disso, utilizar senhas fortes, ter um sistema de backup de dados e um plano de Disaster Recovery, também é uma importante medida preventiva para manter as operações mesmo diante de um eventual ataque. Por fim, ter estabelecida uma governança de IA é mais um fator essencial, uma vez que isso inclui a adoção de práticas de treinamento de modelos imparciais, a transparência na tomada de decisões e a criação de mecanismos para que os usuários compreendam e cumpram diretrizes éticas para o uso dessa tecnologia.

Obviamente, tais abordagens não são algo simples e que acontecem da noite para o dia. Para obter maior sucesso na execução dessas medidas, contar com o apoio de um time especializado em serviços de auditorias e processos de TI e, mais precisamente, em cibersegurança, auxiliará com que a sua empresa tenha maior efetividade e proteção frente a chegada de novos recursos e saiba utilizá-los de forma estratégica e segura.

Tais cuidados não devem causar pânico frente ao uso da IA, mas sim reforçar pontos de atenção que regem qualquer tipo de tecnologia de surge. A tendência é que cada vez mais ferramentas surjam com a capacidade de ter um QI que supere até mesmo Albert Einsten – algo que mostra tamanho impacto. Por isso, o caminho é um só: estar preparado para o que vem pela frente, mas com segurança, sempre.

Beatriz Domingues é gerente de relacionamento da G2.

Sobre a G2:
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