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Quais aspectos fazem o mercado financeiro ficar ‘otimista’?

Quais aspectos fazem o mercado financeiro ficar ‘otimista’?

Entenda os fatores que impactam no “humor” dos investidores e qual é o cenário atual

O mercado financeiro reage às oscilações da economia. Em períodos de retração, como observado recentemente durante a fase mais crítica da pandemia da Covid-19, há a circulação de informações que demonstram pessimismo e desânimo dos investidores. Por outro lado, as projeções positivas trazem otimismo e aumentam a atração de investimentos.

Entender quais são as variáveis que causam as reações positivas e negativas no mercado é uma forma não só de conhecer a dinâmica dos investimentos, como também se preparar para aproveitar oportunidades e minimizar os riscos de perda financeira.

As informações podem ser acompanhadas por meio da imprensa especializada, do relatório de mercado emitido pelo Banco Central e de portais oficiais, como o da Bolsa de Valores (B3), da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Para a melhor interpretação das informações, os interessados também podem recorrer ao suporte de profissionais, como o agente autônomo de investimentos, o consultor e o analista financeiro.

Por dentro das variáveis

A Anbima explica que o comportamento dos indicadores econômicos interfere diretamente no resultado dos produtos financeiros. Portanto, é uma variável que reflete no “humor do mercado” e tem monitoramento contínuo.

Entre os indicadores estão a taxa básica de juros Selic, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom); o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país e apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); o Produto Interno Bruto (PIB), que mede o valor dos bens e serviços produzidos no país; entre outros.

A ideia de crescimento econômico também está atrelada ao cenário político, nacional e internacional. Medidas de incentivo fiscal, pacotes governamentais que estimulam as atividades econômicas ou injeção de recursos no mercado contribuem de forma positiva.

O desempenho das empresas é outro fator que impacta a confiança dos investidores. Por isso, quando há projeções positivas para um ou mais setores, o mercado fica otimista. O mesmo ocorre quando uma organização aumenta o seu valor de mercado, o que pode acontecer, por exemplo, a partir do desenvolvimento de uma tecnologia disruptiva.

Avaliação do cenário: como está o mercado hoje

O mercado financeiro tem vivido um momento de otimismo, baseado na perspectiva de retomada do crescimento econômico. No Boletim Focus mais recente, a projeção do PIB para este ano foi revisada, sendo ampliada de 2,14% para 2,24%.

A inflação e os juros foram reduzidos em comparação com o boletim divulgado há quatro semanas. O IPCA 2023 passou de 5,12% para 4,95%. A expectativa é de uma redução gradativa para chegar a 3,25% em 2026. Já a Selic, que estava prevista para encerrar o ano em 12,25%, foi revista para 12%. A projeção também é de diminuição gradativa nos próximos três anos, chegando ao patamar de 8,75%.

Com relação ao cenário político, internamente, a aprovação do arcabouço fiscal é vista com bons olhos pelo mercado, que considera a medida um atrativo aos investimentos internacionais. Além disso, a economia nacional tem dado sinais de estabilidade com a queda da inflação e o aumento do nível de consumo.

No cenário externo, o desempenho positivo do mercado estadunidense reduziu o receio com relação à possibilidade de uma nova crise econômica global. O bom momento vivido por gigantes da tecnologia, como Meta e Tesla, também tem impulsionado o crescimento.

Particularidade

Além disso, uma particularidade também tem contribuído para o bom humor do mercado financeiro nacional: o número de brasileiros que investem aumentou consideravelmente nos últimos anos.

Os dados mais recentes da B3 mostram que, entre junho de 2022 e junho de 2023, houve o aumento de 19% do número de contas de investimento, que agora totalizam 6,2 milhões no país.

Na avaliação da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), o interesse dos brasileiros em investir tem aumentado nos últimos anos e reflete a maior facilidade de acesso às informações e estudos sobre o assunto.

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