Valor da cesta básica aumenta em três das oito capitais pesquisadas e Rio de Janeiro rompe a barreira dos R$ 1 mil
- Monitoramento feito pela plataforma Cesta de Consumo HORUS & FGV IBRE em oito capitais brasileiras mostra que em agosto, Brasília apresentou a maior retração no preço médio, -8,4%;
- Rio de Janeiro, que detém a cesta mais cara das oito cidades pesquisadas, registrou o maior aumento, 16,3%;
- Em termos de produto, arroz, café e manteiga ficaram mais caros em sete das oito capitais analisadas.
Em agosto de 2024, a cesta de consumo básica de alimentos obteve um aumento no preço médio em relação ao mês anterior, em três das oito capitais analisadas mensalmente pela plataforma Cesta de Consumo HORUS & FGV IBRE.
Rio de Janeiro e Manaus foram as cidades que apresentaram as maiores variações nos preços da cesta, sendo de 16,3% e 2,0%, respectivamente. Salvador, Curitiba e Belo Horizonte registram estabilidade, os preços permaneceram praticamente estáveis, com variações de 0,4%, 0,1% e -0,5% respectivamente. As cidades que registraram reduções acentuadas foram Brasília e Fortaleza, com variação de –8,4% e –3,1%, respectivamente.
Face a esse cenário, a cesta de consumo básica mais cara continua a ser a da capital fluminense (R$ 1.061,37), seguida por São Paulo (R$ 924,61) e Manaus (R$ 793,91). Em contrapartida, Belo Horizonte (R$ 665,66), Curitiba (R$ 723,36), e Brasília (R$ 757,13) foram as cidades identificadas com os menores custos de aquisição.
Tabela 1 – Valores da Cesta de Consumo básica por capital em agosto/24
No âmbito dos gêneros alimentícios, arroz, café em pó e em grãos e frango registraram aumento nos preços em sete das oito capitais abrangidas pela pesquisa.
Tabela 2 – Produtos com maiores aumentos de preços médios da cesta de consumo básica nas capitais em agosto/24
Segundo Anna Carolina Veiga Fercher , head de Costumer Success e Insights da Neogrid, o preço do café seguiu em alta, registrando aumento em sete das oito capitais. A baixa oferta no mercado nacional decorre das variações climáticas que afetaram, no último ano, regiões importantes no cultivo do grão, tornando menor tanto a produtividade quanto a oferta. Adicionalmente, a demanda para exportação seguiu aquecida, fato que impulsionou o avanço nos preços internos.
Ainda de acordo com Anna Carolina Veiga Fercher, a alta nos preços de laticínios como a margarina e a manteiga está relacionada ao repasse de custos das matérias-primas, derivados lácteos e a soja, que registraram aumento de preço no mês de julho no mercado internacional, surtindo efeito em agosto sobre os preços dos industrializados.
Em queda
Das categorias de produtos que apresentaram queda de preço em diversas capitais, destacam-se os legumes, frutas e bovino, além de outros itens que tiveram redução de preços em boa parte das capitais, conforme tabela a seguir:
Tabela 3 – Produtos com maiores quedas nos preços médios da cesta de consumo básica na maioria das capitais em agosto/24
A variação acumulada dos últimos seis meses do valor da cesta básica caiu em cinco das oito capitais, sendo em Brasília a mais significativa, com -9,7% de redução. Em três capitais foi observado aumento no mesmo período, com destaque para Manaus, que apresentou variação positiva da ordem de 13,0%.
Tabela 4 – Valores da cesta de consumo básica (R$) e variação (%) acumulada nos últimos 6 meses
Levando em consideração todas as capitais abrangidas pela pesquisa, nos últimos seis meses, os gêneros alimentícios foram os itens que registraram as maiores elevações nos preços médios, conforme representado nas tabelas a seguir.
Tabela 5 – Alimentos da cesta básica que mais subiram de preço nos últimos 6 meses.
Cesta ampliada
Com relação à cesta de consumo ampliada, que inclui bebidas e produtos de higiene e limpeza, além dos alimentos, houve aumento nos preços médios em seis das oito capitais analisadas, variando entre 1,0% e 16,7%. Mais uma vez, as cidades que apresentaram custo de aquisição mais elevados foram Rio de Janeiro (R$ 2.455,81) e São Paulo (R$ 2.145,27). Salvador e Manaus permaneceram com os menores preços da cesta ampliada, com R$ 1.661,83 e R$ 1.723,04, respectivamente.
Tabela 6 – Valores da cesta de consumo ampliada por capital em agosto/24
O comportamento da cesta de consumo ampliada seguiu a tendência da cesta básica, sugerindo que o movimento nos preços afetou não somente os alimentos básicos, mas demais produtos que frequentemente estão presentes nos carrinhos de compras do consumidor.
Dos 33 produtos da cesta ampliada, leite em pó, achocolatado/modificador e sabonete registraram aumento no preço em todas as capitais.
Tabela 7 – Produtos com maiores aumento de preços médios na cesta ampliada em agosto/24
O aumento no custo médio da cesta básica, em agosto, decorre de fatores como o repasse dos custos de produção, tanto dos insumos nacionais como os importados, bem como da desvalorização cambial, uma vez que a escalada do dólar encareceu as importações. Esses aumentos recorrentes em categorias importantes afetam especialmente os consumidores de mais baixa renda, que gastam a maior parte de seu orçamento doméstico com alimentação.
Sobre a Cesta de Consumo HORUS & FGV IBRE
A HORUS Inteligência de Mercado, solução do ecossistema Neogrid (https://www.ehorus.com.br/), e o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas – FGV IBRE (https://portalibre.fgv.br/) se uniram para lançar a plataforma Cesta de Consumo. O serviço monitora a variação de preço de duas cestas de consumo típicas brasileiras pela análise da leitura mensal de mais de 35 milhões de notas fiscais: a Cesta de Consumo Básica, que conta com 22 alimentos básicos com maior presença nas compras do shopper, e a Cesta de Consumo Ampliada, contendo mais de 50 produtos de consumo, incluindo bebidas e itens de limpeza, higiene e beleza.
A plataforma, que pode ser acessada no link https://cestaconsumo.